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Clube
08 Jun 2020 | 09:00 |
Já se sabia desde o (mau) jogo frente ao D. Aves, o primeiro de Rúben Amorim pelo Sporting, que com o novo treinador subia também ao relvado uma diferente proposta futebolística, a qual carecia de posterior confirmação. Em Guimarães a evolução natural do sistema respondeu parcialmente às dúvidas, mas só os próximos desafios mostrarão se Amorim está mesmo tão confiante com o lado mais ofensivo da ideia. Utilizar três defesas é bem diferente de jogar com três centrais. A presença de Ristovski no onze com o Aves mostrava, portanto, essa ‘nuance’. Estavam em campo quatro jogadores de cariz defensivo, os quais colocavam a equipa mais perto de um sistema de cinco defesas (com o recuo de Acuña na perda de bola) do que propriamente três. Em certos momentos a deslocação de Mathieu para a esquerda, compensando a permanência de Acuña no meio-campo a tapar a descida do lateral, dava à equipa uma linha de quatro defesas. Tudo mudou no minuto 24, após as expulsões de dois avenses. Aí o treinador leonino assumiu os três defesas (trocando Ristovski por Jovane) e ao intervalo também trocou Mathieu por Francisco Geraldes, baixando Battaglia para a posição de ‘6’ puro, para libertar os dois médios interiores. Agora, no retomar da Liga, Rúben foi a jogo sem receios de ter uma linha defensiva a três, um meio-campo a quatro e um ataque a três.
O Sporting evoluiu imenso quando comparado com o que se viu frente ao Aves, apesar de ter recuado em termos de resultado final. Se esta proposta é melhor ou pior do que outras apresentadas desde a época passada, para já pode dizer-se apenas que é diferente, e a resposta definitiva só a iremos obter com os resultados futuros. Porque no futebol é isso que interessa: o resultado final. Jogar ‘bonito’ ou ‘feio’ são conceitos que ficam ao critério de cada um. Passemos então a ‘ler’ Rúben Amorim a partir de três pontos:
1 – AS IDEIAS E O TREINO. Percebeu-se de forma clara em Guimarães que o treinador sabe operacionalizar bem o treino de zonas de pressão. Os jogadores raramente cometeram erros na definição destas zonas (quando o adversário tinha bola e tentava sair em organização) e mantiveram o padrão ao longo dos 90 minutos. A forma como executaram os movimentos de criação de pressão após a perda de bola revelaram igualmente a qualidade do treino. E este é o ponto que faz toda a diferença: muitas vezes os treinadores pedem aos jogadores o desenvolvimento de determinadas ações em competição, mas não as operacionalizaram previamente no treino, ou seja, não criaram exercícios específicos que possibilitassem a aprendizagem e consolidação da ideia, a qual acaba por ser passada apenas de forma teórica (mensagem verbal normalmente com recurso a esquemas visuais ou vídeos). Pode resultar num jogo muito específico, mas não promove a evolução do conjunto nem dos próprios futebolistas. Por outro lado, quando vemos uma equipa repetir determinado tipo de acções, percebemos que estamos perante um factor comportamental e não aleatório, o que, uma vez mais, nos diz que assistimos a algo que foi preparado em contexto de treino. Independentemente dos resultados obtidos pela equipa, identificar estes dados permite afirmar que estamos perante um treinador competente (não necessariamente vitorioso). Ora, Rúben Amorim sabe fazer e é muito claro nas ideias: pressão na saída de bola do adversário; criar pressão na zona de perda de bola, em vez do habitual recuar de linhas; organizar acções ofensivas de forma paciente a partir da defesa, convidando o adversário a subir linhas para ganhar, com dois ou três passes no máximo, espaço nas costas da defesa (ataque à profundidade); utilizar sempre um dos dois extremos no espaço interior, libertando um corredor para o médio-ala, por forma a criar desequilíbrios. A rapidez ao pensar e ao executar (intensidade) é a chave para o êxito destas ideias e a equipa, em Guimarães, deu mostras de estar confortável neste aspeto, não promovendo a circulação paciente de bola nos 40 metros da zona normalmente destinada à fase de construção/preparação da acção ofensiva, situação que foi alvo de algumas críticas, com as quais não alinho.
2 – O DOIS CONTRA TRÊS. Se o adversário coloca três jogadores com grande qualidade técnica e capacidade física (como fez Ivo Vieira com Joseph, Pêpê e João Carlos Teixeira) no espaço onde o Sporting tem apenas dois elementos (Battaglia e Matheus Nunes, em Guimarães), um erro no passe curto/médio pode ter custos elevados. Creio que foi essa a leitura que Rúben Amorim fez e procurou, bem, minimizar os riscos, dando sempre mais liberdade a um médio, fixando o outro na zona de posição ‘6’. Claro que tal decisão limitava, e muito, essa tal organização/circulação nos 40 metros, mas a opção de criar soluções ofensivas através do passe preferencial a partir dos corredores laterais (Acuña desempenhou aqui um papel decisivo), solicitando ora a capacidade de condução de Jovane, ora a capacidade de rutura de Sporar, resultou muito bem e a equipa nunca necessitou de mais de dois ou três toques para chegar à área contrária. Em especial na primeira parte o Sporting teve a ação muito condicionada pela qualidade de organização ofensiva do Vitória. Apesar de pressionar bem e nos locais certos, o ‘terceiro’ elemento do meio-campo vitoriano soltava-se com facilidade para dar linha de passe aos colegas da defesa, pelo que a bola chegava fácil ao ataque. Daí que Camacho fosse quase sempre apenas lateral neste período, não deixando Eduardo Quaresma exposto a situações de dois para um. Na segunda parte Rúben Amorim deu outra capacidade ao meio-campo, com a colocação de Jovane num espaço mais interior. Então Camacho passou a subir de forma constante e ia travar Florent no meio-campo, e Quaresma já se sentiu mais confortável disputando o espaço apenas com Davidson, porque o ‘terceiro’ médio contrário já não surgia solto naquela zona. Bastou um ‘pequeno’ acerto posicional para resolver um problema que podia decidir o resultado final a favor dos minhotos. Claro que a maioria dos adversários não tem médios de qualidade semelhante aos do Vitória, nem em capacidade técnica nem em conhecimentos tácticos do jogo. E nesses casos o dois para três que Amorim terá pela frente em muitos desafios não oferecerá ao Sporting dificuldades de semelhante envergadura. Por outro lado, Wendel tem uma capacidade de ocupação de espaço que Matheus Nunes ainda não possui, e uma qualidade de decisão superior a Battaglia, quando se envolve no apoio ao ataque. Lá está, as ideias podem ser as melhores e não resultar na plenitude por falta de jogadores capazes de lhes dar corpo.
3 – AS OPÇÕES. É por isso que não dou qualquer importância à proveniência dos jogadores que integram o onze (nem fiz o exercício, que excitou muitos sportinguistas, de olhar a idades e local de formação dos que atuaram em Guimarães). Desde que lá dentro estejam aqueles que são os melhores, isso basta-me. E sobre esta matéria, nem consigo colocar Eduardo Quaresma na ‘lua’ nem Matheus Nunes no ‘inferno’, tão-pouco Camacho num patamar de excelência pelo que fizeram em Guimarães. Podem tentar ‘vender-me’ a ideia de uma exibição fantástica de Quaresma a partir dos passes certos que fez, mas não a compro porque a larga maioria desses mesmos passes foram ‘burocráticos’, ou seja, óbvios na circulação de bola entre defesas, sem oferecer algo de transcendente ao jogo, ao contrário do que conseguiu Acuña, por exemplo, decisivo neste capítulo. No jogo defensivo teve uma óptima ajuda de Camacho na primeira parte e após o intervalo, sim, passou a ter maior e melhor ação. Já Matheus Nunes sentiu sempre a dificuldade acrescida de estar a trabalhar numa zona na qual a equipa se encontrava em inferioridade numérica. O jogo dele foi mais posicional, de evitar expor a equipa a situações delicadas e, claro, não teve pulmão para manter a mesma intensidade a partir da hora de jogo, por isso saiu. Quanto a Camacho, apenas se libertou na segunda parte. Está a aprender os posicionamentos defensivos e um outro aspeto bem mais complicado num sistema de três defesas: saber quando e como desfazer a ação de marcação em sintonia com o central do seu lado (algo que Acuña já domina muito bem), e isso foi notório durante os 45 minutos iniciais. Libertou-se quando o treinador assumiu que era chegado o momento de ele olhar para o jogo mais a partir das ações ofensivas.
P.S. Li várias críticas a Rúben Amorim devido ao facto de não ter mudado o sistema a partir da expulsão de Joseph (76’). Dizer que nos 17 minutos seguintes o Vitória não se alterou, antes aceitou ficar a jogar de dois para dois no meio-campo. Não seria aconselhável desfazer este equilíbrio, até porque Ivo Vieira colocara aí um homem ‘fresco’ (Lucas Evangelista). Substituir Battaglia por Matheus Oliveira, talvez, mas só para ganhar melhor decisão de passe, a troco da luta pela posse de bola. O Vitória só ‘aceitou’ o empate a dois minutos do fim (93’), quando trocou Davidson por um terceiro central (Suliman). Tomar decisões que coloquem em risco o equilíbrio da equipa fazem sentido quando se está a perder. Caso contrário pode ter custos elevados (ver exemplo do Sp. Braga frente ao Santa Clara).
Na última segunda-feira, vice-presidente do Clube de Alvalade partilhou mensagem sobre operação, liderada pelo mercado norte-americano
28 Out 2025 | 07:57 |
Na última segunda-feira, dia 27 de outubro, Francisco Salgado Zenha recorreu à rede social Linkedin com o objetivo de destacar a emissão de obrigações de 225 milhões de euros no Sporting, para investimento no Estádio José Alvalade. O vice-Presidente dos verdes e brancos alertou que, há uns anos, o Clube "vivia um momento de fragilidade financeira", mas que agora "dá um passo histórico no caminho da solidez e da ambição".
"Através da Sporting Entertainment S. A., o Clube concluiu com sucesso uma emissão de obrigações de €225 milhões, com prazo de 28 anos e uma taxa fixa de 5,75%. A operação foi liderada pelo mercado norte-americano, cuja procura — 8,5 vezes superior à oferta, atingindo cerca de €2 mil milhões — demonstra a confiança de investidores internacionais com um histórico profundo no setor de sports entertainment", pode ler-se.
O Sporting volta a entrar em campo já na terça-feira, dia 28 de outubro, frente ao Alverca. O encontro, a contar para os quartos-de-final da Taça da Liga, diante da turma liderada por Custódio, jogar-se-á no Estádio José Alvalade, pelas 20h30.
Confira a mensagem na íntegra:
Há apenas alguns anos, o Sporting Clube de Portugal vivia um momento de fragilidade financeira. Hoje, dá um passo histórico no caminho da solidez e da ambição.
Através da Sporting Entertainment S.A., o Clube concluiu com sucesso uma emissão de obrigações de €225 milhões, com prazo de 28 anos e uma taxa fixa de 5,75%.
A operação foi liderada pelo mercado norte-americano, cuja procura — 8,5 vezes superior à oferta, atingindo cerca de €2 mil milhões — demonstra a confiança de investidores internacionais com um histórico profundo no setor de sports entertainment.
Esta emissão obteve rating “investment grade” (BBB pela Morning Stars e BBB- pela Fitch Ratings, marcando o regresso daFitch Ratingsa emissões de clubes de futebol na Europa desde a operação do Real Madrid CF.
Para o Sporting Clube de Portugal, significa mais do que um selo financeiro — é o reconhecimento internacional de um projeto reconstruído sobre rigor, visão e credibilidade.
É a confirmação de que o Clube voltou a inspirar confiança e respeito no panorama global.
Mais do que uma operação, este é um marco estrutural: cria as bases para uma nova etapa de crescimento, permitindo ao Sporting Clube de Portugal acelerar o seu caminho para se afirmar como um hub global de entretenimento e lifestyle, onde o futebol é o centro, mas a experiência, a inovação e a emoção são o futuro.
Quero expressar o meu profundo agradecimento André Bernardo e à sua equipa — em especial à Teresa Muller e Sousa — pelo rigor e determinação ao longo de todo o processo.
Agradeço igualmente o enorme contributo do André Varela e Helena Morais Lima e as suas equipas, que foram incansáveis ao longo de todo o processo, e aos nossos parceiros estratégicos — J.P. Morgan, PLMJ e Legends Global, entre outros — cuja colaboração foi essencial para o sucesso desta transação.
Este momento marca uma nova era para o Sporting Clube de Portugal: a de uma instituição financeiramente sólida, globalmente respeitada e pronta para transformar a forma como vivemos o desporto e o entretenimento.
Porque quando se alia visão a execução, o impossível torna-se inevitável.
Confira algumas obras já realizadas:
SAD dos verdes e brancos, liderada por Frederico Varandas, comunicou a transação na última quinta-feira, 23 de outubro, à CMVM
24 Out 2025 | 07:17 |
A SAD do Sporting anunciou, na última quinta-feira, dia 23 de outubro, ter procedido ao reembolso integral da operação de titularização “Lion Finance no. 2”, num montante próximo dos 69 milhões de euros. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o clube explicou esta operação.
A mesma tem por base a cessão dos créditos dos direitos televisivos da NOS à Sagasta Finance, que foi concluída sem quaisquer encargos financeiros associados. Com esta liquidação, a Sporting SAD e a Sporting Comunicação e Plataformas readquirem a totalidade dos créditos do contrato com a NOS até ao final do mesmo.
“Na sequência da conclusão da operação de emissão de obrigações da Sporting Entertainment, S.A. (adiante Sporting Entertainment) realizada no dia 22 de outubro de 2025, informa-se que, na presente data, a operação de titularização de créditos denominada “Lion Finance no. 2”, assente na cessão de créditos emergentes do Contrato de Cessão de Direitos Televisivos da NOS Lusomundo Audiovisuais, S.A. (adiante Contrato NOS) à Sagasta Finance STC, S.A. (adiante Sagasta Finance) e na subsequente emissão de obrigações emitidas pela Sagasta Finance foi, por deliberação unânime dos obrigacionistas, reembolsada, integralmente, pelo montante de EUR 68.792.338,48”, lê-se no comunicado.
Vale lembrar, ainda, que esta operação está diretamente ligada à recente emissão obrigacionista de 225 milhões de euros por parte da Sporting Entertainment, destinada a financiar o projeto de modernização do Estádio José Alvalade e reforçar a estrutura financeira do grupo.
O emblema verde e branco volta a entrar em campo na próximo domingo, dia 26 de outubro, frente ao Tondela. O encontro, a contar para a nona jornada da Liga Portugal Betclic, diante da turma liderada por Ivo Vieira, jogar-se-á no Estádio João Cardoso, às 18h00.
Antiga figura política, e da comunicação social nacional faleceu recentemente. No discurso durante o funeral, o filho mencionou o Clube de Alvalade
23 Out 2025 | 15:49 |
Francisco Pedro Balsemão fez questão de ressalvar que toda a família de Francisco Pinto Balsemão era adepta do Sporting. O filha da figura política nacional, que faleceu recentemente, fez um discurso de homenagem ao pai, esta quinta-feira, dia 23 de outubro, e não se esqueceu do Clube de Alvalade.
"Construiu uma família que tudo fará para continuar o seu legado”, constituída pelos 20 descendentes - entre filhos, netos e bisnetos - “todos Sportinguistas”. “Somos unidos, fortes, divertidos como ele quis", explicou, durante o seu discurso, Francisco Pedro Balsemão.
Relembrar que a notável figura política em Portugal - foi um dos fundadores do PSD - bem como uma personalidade forte no campo da comunicação social - criador do grupo Imprensa, que detém a SIC e o Expresso - morreu na passada terça-feira, 21 de outubro, com 88 anos de idade.
Entretanto, já foram várias as personalidades portugueses que deixaram o seu testemunho e a sua homenagem para com Francisco Pinto Balsemão. Entre muitas vozes, destacam-se as de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e Luís Montenegro, Primeiro Ministro português.
Francisco Pinto Balsemão era, de resto, adepto e sócio do Sporting Clube de Portugal, - que venceu ontem para a Liga dos Campeões - emblema que apoiava desde criança. Futebol, hóquei em patins, ténis ou golfe eram algumas das modalidades preferidas da personalidade nacional que nos deixou na última terça-feira, dia 21 de outubro.
Vídeo relacionado - Sporting vence o Marselha na UEFA Youth League: