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Histórias do Leão
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Manuel José, antigo técnico do Sporting, celebra, esta quarta-feira, 9 de abril, 79 anos. O treinador, que fez grande parte da sua carreira no Egipto, ficará para sempre na história do Clube de Alvalade como o técnico que orientou os leões na goleada, por 7-1, diante do Benfica, na temporada 1986/87.
A chegada de Manuel José ao Sporting dá-se no início de temporada 1985/86, isto depois de ter levado o Vitória de Guimarães e o Portimonense às competições europeias. Na primeira época em Alvalade, o trabalho foi positivo, mas o título ficou a uns escassos três pontos, com os verdes e brancos a terminarem no terceiro lugar, com 46 pontos.
Fruto dos desempenhos positivos do Sporting na época 1985/86, Manuel José foi reconduzido como técnico dos leões e a época até começou da melhor maneira, com sete vitórias nos primeiros 10 encontros, o que acalentou esperanças de um eventual título do Clube de Alvalade, algo que não veio a acontecer.
No dia 14 de dezembro de 1986, o Sporting recebeu o Benfica e Manuel José não podia ter desejado melhor desfecho. Num encontro épico a contar para a 14.ª jornada do Campeonato Nacional, os leões golearam as águias por 7-1, com tentos de Manuel Fernandes - que vai ser homenageado em breve - (50’, 71’, 82’ e 86’), Mário Jorge (15’ e 68’) e Ralph Meade (65’).
Todavia, e quando nada o fazia esperar, após este triunfo diante do Benfica, a equipa de Manuel José entrou numa crise profunda. Os verdes e brancos somaram três partidas sem vencer para o campeonato – derrotas forasteiras frente a Guimarães e Chaves e empate caseiro frente ao Rio Ave –, sendo que o despedimento deu-se após um triunfo, por 3-2, diante do Oriental, em jogo a contar para os 16 avos de final da Taça de Portugal.
O regresso a Alvalade acabaria por acontecer na temporada 1988/89, isto depois de duas épocas enquanto técnico do Braga. Sousa Cintra acreditou nas capacidades de Manuel José e tornou claro que o objetivo era preparar a época seguinte, desvalorizando alguns maus resultados nos últimos jogos, nomeadamente com a derrota caseira frente a Benfica (2-0) e o desaire no reduto do Porto (3-0).
A época seguinte até nem começou mal para a turma de Manuel José, com triunfos frente a Guimarães, Beira-Mar e Nacional. Porém, a eliminação da Taça UEFA nas grandes penalidades frente ao Nápoles e, sobretudo, a queda da Taça de Portugal em casa diante do Marítimo acabou por dito novo despedimento do então técnico do Sporting.
A carreira de Manuel José no Sporting – que também orientou o Benfica uns anos mais tardes – ficará para sempre marcada pelos 7-1 ao Benfica, mas também pelo bom futebol praticado e por alguns triunfos épicos na Europa, nomeadamente frente a Barcelona, Athletic Bilbao ou Nápoles.
Ao todo, como técnico do Sporting, Manuel José orientou os verdes e brancos em 95 encontros, nos quais registou 57 vitórias, 16 empates e 22 derrotas. O treinador português, que viria a fazer grande parte da sua carreira no Egipto, não conquistou qualquer título ao serviço do Clube de Alvalade.
Antigo guarda-redes defendeu as balizas da formação leonina e regressou ao seu Clube de coração, já com estatuto de internacional
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Beto Pimparel não esconde que gostaria de ter feito mais com a camisola do Sporting. Em entrevista exclusiva ao Leonino - e já depois de André Martins ter feito o mesmo -, o antigo guardião lembrou o seu percurso no Clube de Alvalade, primeiro na formação e, posteriormente, aquando do seu regresso, em 2016/17.
Beto Pimparel: "Tive a sensação de que podia ter feito mais no Sporting"
Beto Pimparel, que nunca escondeu ser um adepto confesso do Sporting, recordou a sua passagem nos verdes e brancos: "Carinho não. Amor! Tive a sensação de que podia ter feito mais, não na minha segunda passagem pelo Sporting, mas na primeira. Obviamente, já lá vão muitos anos, quase 20 anos".
Beto Pimparel confessou que gostaria de ter tido mais sucesso no Sporting e respondeu a alguns dos que lhe apontam o dedo: “Obviamente que gostaria de ter tido a oportunidade que não tive, mas foi o que foi. Acabei por fazer o caminho por outro lado. O Sporting, na altura, prescindiu de mim e tive que fazer o meu caminho por outros clubes. As pessoas não entendem. Tive que fazer o meu caminho por outro lado e fui parar a um dos rivais, que é o Porto, clube pelo qual eu tenho carinho".
Beto Pimparel: "Era o meu sonho envergar a camisola do Sporting"
Beto Pimparel revelou ainda uma promessa que fez ao seu falecido pai, um Sportinguista ferrenho: “Era o meu sonho envergar a camisola do Sporting num jogo oficial. O meu pai tinha falecido há muitos anos, e eu prometi-lhe que no dia em que eu saísse do Sporting, eu ia voltar a esta casa, ia voltar para vestir a camisola do meu Clube, do Clube do meu coração, e acho que esse dia foi o dia em que eu realizei o sonho de pequena, de criança”.
"Vesti a camisola do Sporting muitas vezes no banco, na equipa sénior, em 2001/2002, quando fomos campeões, mas não tive a oportunidade de jogar, e nesse dia joguei um jogo [Famalicão] pelo Sporting. Realizei o sonho. Esse é o momento mais marcante para mim, tirando obviamente o dia em que eu entrei pela Porta 10A pela primeira vez", finalizou Beto Pimparel.
Beto Pimparel fez grande parte da sua formação no Sporting, tendo abandonado Alvalade, a título definitivo, em 2005, rumo ao Marco. Na temporada seguinte (2006/07), o antigo guardião rumou ao Leixões, onde esteve durante várias épocas, rumando, posteriormente ao Porto (2009 a 2011). Em 2016/17, oriundo do Sevilha, o guarda-redes assinou pelo Clube de Alvalade (nove jogos).
Um dos marcadores revelou detalhes inéditos do encontro no Estádio do Jamor que vitimou Rui Mendes, adepto Sportinguista
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A festa da final da Taça de Portugal será feita no próximo domingo, no dia 25 de maio, quando Sporting e Benfica subirem ao relvado do Estádio Nacional do Jamor para decidirem o vencedor da competição. A última vez que os dois rivais de Lisboa se encontraram no jogo decisivo da prova rainha, em 1996, deu-se um episódio que envergonha o desporto nacional e Mauro Airez, uma das principais figuras do jogo, recordou alguns momentos desse triste dia.
Em revelações inéditas ao portal desportivo Zerozero, o autor do primeiro golo do Benfica nessa final da Taça de Portugal desvendou alguns detalhes do dia que manchou a história do futebol português. No final da partida, os encarnados venceram o Sporting por 3-1, mas o resultado foi o menos importante naquele dia, quando o Adepto leonino, Rui Mendes foi assassinado por um engenho pirotécnico lançado pela bancada afeta às águias.
Depois do Benfica se colocar a vencer através do golo de Mauro Airez, aos 9 minutos, os adeptos encarnados lançaram o very-light que matou Rui Mendes. Sobre o trágico momento, o argentino recordou: “Inicialmente nem nos apercebemos do que aconteceu com o adepto do Sporting. Por isso é que continuámos com o jogo. Fizemos a 1.ª parte sem nos apercebermos do que aconteceu. Era um dia de muito calor e, quando fomos para intervalo, o primeiro a ir para o túnel fui eu, porque estava cheio de sede. Fui a correr para o balneário e quase fui atropelado pela ambulância que o levava”.
“Apercebemo-nos que tinha acontecido algo, mas não sabíamos o quê. Quando regressámos é que vimos o clarão na bancada. Mais tarde fiquei a pensar: 'se eu não tivesse comemorado com um mortal, se calhar a pessoa estava viva'”, revelou o jogador, mostrando o sentimento de culpa e arrependimento.
Sobre a possibilidade de interrupção da partida, após a morte de Rui Mendes, Mauro Airez deu conta de que o cenário chegou a ser uma possibilidade: “Foi falado ao intervalo e estava na iminência de se interromper o jogo. É um pau de dois bicos. Podia haver mais confrontos porque seria um jogo interrompido, com 45 minutos por jogar, quando estávamos em vantagem. Jogando noutro dia, a dinâmica não seria a mesma. Por outro lado, ainda bem que continuámos”
No entanto, mesmo depois de conquistar a Taça de Portugal pelo Benfica, Mauro Airez partilhou um sentimento de tristeza em relação ao trágico dia: “Foi uma final triste porque não houve festa e não levantámos a taça no estádio. Podia ter corrido bem ou mal, se interrompessem”.
Apesar do momento que manchou a história do futebol português, o dia iniciou-se em clima de festa, tanto para Benfica como para Sporting, tal como recordou Airez: “O Jamor estava cheio, parecia uma bandeira portuguesa. Estava uma loucura. Quando colocámos a bola no meio-campo e eu olhei para a equipa do Sporting, eu senti uma confiança enorme”.
Em revelações exclusivas ao Leonino, o antigo médio formado na Academia de Alcochete falou dos momentos que mais o marcaram em Alvalade
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André Martins falou de alguns dos temas que marcaram mais vincadamente o seu percurso no Sporting numa entrevista exclusiva concedida ao Leonino. Atuando como médio-centro, o antigo jogador foi formado na Academia de Alcochete, estreando-se no futebol sénior, por empréstimo, no Real Massamá na temporada 2009/10. Depois de novas cedências a Belenenses e Pinhalnovense, fez a sua primeira temporada ao serviço da equipa principal dos leões em 2011/12, onde ficou até 2015/16.
Certamente, a conquista da Taça de Portugal de 2015 perdura na memória dos Sportinguistas e com André Martins, a história não é diferente. Ao Leonino, partilhou as lembranças do dia em que o Clube conquistou a sua 16.ª prova rainha: “Foi um dia muito intenso e inesquecível para mim. Tínhamos dois golos de desvantagem, com um jogador a menos, ainda na primeira parte, e conseguimos dar a volta, vencendo nos penáltis. A forma como vencemos demonstrou a alma e a crença dessa equipa”.
Depois de três cedências nos seus primeiros anos enquanto jogador sénior, André Martins estreou-se, finalmente, na equipa principal do Sporting, numa partida contra o Vaslui a contar para a Liga Europa 2011/12, pelas mãos do treinador Domingos Paciência, sendo suplente utilizado e lançado no jogo aos 78 minutos.
Sobre esse dia e o que representava, André Martins partilha: “Foi um sonho tornado realidade. Quando saí de casa dos meus pais, com 12 anos, com o objetivo de representar o Sporting ao mais alto nível e tive a sorte de a minha estreia ter sido num jogo europeu”.
Mesmo sendo internacional ao serviço da seleção portuguesa e de representar o Comité Olímpico Português, a estreia na equipa principal do Sporting foi o momento de maior recompensa para André Martins: “Naquele momento, percebi que todos os sacrifícios que fiz e tudo aquilo por que lutei fizeram sentido".
Em relação ao que ficou por concretizar, o antigo atleta não conseguiu esconder o título que, por tantos anos, fugiu ao Sporting: Conquistar o campeonato pelo Clube do meu coração foi uma das coisas que me faltou”. Mas ainda assim, não é por isso que gosta menos da formação que o viu nascer para o mundo do futebol: “Guardo um carinho muito grande pelo Sporting e claro que estarei disposto a ajudar naquilo que precisarem”.
Depois de quatro anos ao serviço da equipa principal do Sporting, fora os anos que passou pela equipa de Alcochete, André Martins não consegue esconder o seu amor pelos leões e mostra-se grato pelos valores desportivos e pessoais que o Clube lhe transmitiu: “Tenho uma dívida de gratidão enorme por tudo aquilo que o Sporting me deu como atleta, porque foi onde me formei, e como pessoa, porque me incutiram os princípios e valores que levo para a vida”.