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Jogadores
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Manuel Passos, uma das lendas do Sporting, nasceu na Madeira e foi lá que iniciou o seu percurso no futebol, no Lusitano do Machico. Foi recrutado pelo União, onde se destacou. Veio para Lisboa com 17 anos, atrás do sonho de ser futebolista - ambição que só se concretizaria anos mais tarde, no Clube de Alvalade.
Chegado a Portugal continental, ingressou nos Unidos, a CUF de Lisboa, onde deu nas vistas, chegando a fazer parte dos planos de Cândido de Oliveira para a Seleção. No entanto, um problema de saúde travou a ascensão que vinha fazendo. Os excessos da vida da capital contribuíram para contrair uma doença que o manteve durante muito tempo no hospital e que o deixaram sem clube durante cinco temporadas.
Aos 25 anos recupera, mas a CUF tinha fechado a secção do futebol. Junta-se assim ao Operário Vilafranquense, clube que não chegou a representar, por ter reforçado o Sporting pouco depois, inicialmente na equipa de reservas.
Jogou pela primeira vez com a Listada verde e branca em 1948/49, lançado por Cândido de Oliveira, aos 26 anos - a estreia foi numa vitória por 3-0, frente ao Atlético. Nessa época, a última dos Cinco Violinos, ajudou o Sporting a conquistar o tricampeonato, marcada pela saída, no final do ano, de Peyroteo - jogador que pode recordar aqui.
Na temporada seguinte, com a chegada de Randolph Galloway, tornou-se o comandante da defesa. Liderou o Sporting à conquista do tetracampeonato, entre 1950 e 1954. Tornou-se capitão verde e branco e conseguiu estrear-se na seleção nacional, já com 30 anos de idade.
Pendurou as chuteiras em 1957, já com 35 anos. Um profissional respeitado por todos no Clube, terminou a carreira com 226 partidas disputadas de leão ao peito, nas quais conseguiu marcar um golo. Venceu o título nacional por cinco ocasiões com o Clube de Alvalade.
Manuel Passos morreu a 10 de janeiro de 1980, com 57 anos. Em 2002, foi homenageado com o prémio Stromp na categoria Saudade. Tornou-se um dos jogadores mais consensuais entre os adeptos do Sporting. Foi, recentemente, homenageado pela Câmara Municipal de Machico, no dia do 100.º aniversário do seu nascimento.
Antigo avançado pendurou as chuteiras recentemente, mas recusou ficar parado e já tem muitas coisas para preencher o seu tempo vago
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André, mais conhecido no mundo do futebol como André Balada, assinou por três épocas mais duas de opção com o Sporting, em agosto de 2016, mas a cláusula de rescisão de 60 milhões de euros com que ficou protegido depositou sobre si elevadas expetativas que nunca se vieram a verificar.
Na única época que passou de leão ao peito, a de 2016/17, fez apenas três golos em 15 jogos, sob a orientação de Jorge Jesus - que em breve terá um duelo com Cristiano Ronaldo -, e apesar da passagem por Alvalade ter sido mais curta do que o esperado, sempre a recordou de forma positiva e com nostalgia.
"Tenho boas recordações. Quando cheguei ao clube, o Sporting estava num período de reestruturação. Após uns anos, acabou mesmo por ser campeão. A massa associativa é muito apaixonada, mas estava um pouco adormecida face ao grande número de anos sem levantar o principal título. Estou muito feliz pelo clube ter voltado ao patamar onde já esteve antes", fez notar André, no passado mês de fevereiro, ao ZeroZero.
Sem espaço no Sporting, André regressou ao Brasil e, até pendurar as chuteiras, em 2024, passou por um corrupio de clubes. Foi na Cabofriense que pôs fim à carreira e foi, também, neste mesmo emblema que iniciou outras funções, igualmente ligadas ao mundo do futebol.
Atualmente com 34 anos, o ex-jogador é o novo presidente da equipa que atua na segunda divisão do Campeonato Carioca e, em declarações recentes, prometeu "ressuscitar" o espírito, dar espaço a "jovens talentos" e até se mostrou a assinar o documento oficial associado a este cargo como dirigente, conforme poderá ver mais abaixo.
Pouco antes deste desafio, André também havia aceitado ingressar no mundo do comentário desportivo, em parceria com a Globo. No programa 'Sport TV', já a partir do mês de março, irá analisar os jogos do Brasileirão (e não só), pelo que deverá acumular estas funções às de dirigente.
Confira, abaixo, o vídeo que mostra André a falar como presidente da Cabofriense:
Começou a carreira como médio e terminou-a como defesa, depois de ter ajudado os leões a erguerem diversos títulos ao cabo de 243 jogos
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Rui Pinto de Araújo, nascido a 25 de março de 1910, em Lisboa, fez grande parte da sua carreira no Sporting, Clube pelo qual totalizou 243 jogos, com nove golos marcados e vários títulos conquistados. Atuou como defesa e como médio e chegou a ser-lhe confiada a braçadeira de capitão dos leões.
Iniciou a sua carreira no União de Lisboa, com exibições que o levaram cedo à seleção nacional, com apenas 21 anos. A 31 de maio de 1931 fez a sua estreia e participou no triunfo de Portugal diante da Bélgica, por 3-2, num jogo de cariz particular, realizado no Estádio de Lisboa, do Sporting.
Em 1932, voltou a este mesmo 'palco', mas, desta vez, para vestir a Listada verde e branca. Durante uma década de leão ao peito, destacou-se pelo espírito de liderança e, após a saída de Faustina, ficou encarregue de comandar as 'tropas' dentro das quatro linhas.
Pelo Sporting, Rui de Araújo conquistou três Campeonatos de Portugal (1933/34, 1935/36 e 1937/38), oito Campeonatos de Lisboa (1933/34, 1934/35, 1935/36, 1936/37, 1937/38, 1938/39, 1940/41 e 1941/42) e um Campeonato Nacional (1940/41). Apesar de ter começado a carreira no meio-campo, com o passar do tempo passou a jogar na defesa, tendo feito dupla com Álvaro Cardoso - que fez parte da vitória histórica por 11-0 ao Famalicão.
Após ter deixado os leões, em 1942, seguiu para o Minho, para representar o Sporting de Braga. Quatro épocas depois, decidiu encerrar a carreira no Sporting Clube de Lamego, em 1948, acumulando às funções de jogador as de treinador.
Apesar de ter chegado cedo à seleção nacional, apenas defendeu a equipa das quinas por quatro ocasiões, sendo que três delas foram pelo Sporting. Para além do triunfo sobre os belgas, participou num empate contra a Espanha, a três golos, em maio de 1935, e nas derrotas contra Áustria e Alemanha, por 3-2 e 3-1, em janeiro e fevereiro de 1936, respetivamente.
Em 1989 foi distinguido com o Prémio Stromp, entregue pelo Clube de Alvalade, na categoria Saudade, e acabou por morrer a 8 de Janeiro de 1998, aos 87 anos. De quando em vez é lembrado pelo Sporting, principalmente pelo vasto palmarés que ajudou a acumular.
Com a Listada verde e branca, antigo internacional argentino realizou 62 partidas, marcou seis golos e conquistou um importante título
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Aldo Duscher, antigo internacional argentino nascido a 22 de março de 1979, chegou ao Sporting no início da temporada 1998/99, oriundo do Newell’s Old Boys, a troco de uma verba a rondar os 2,3 milhões de euros. O médio defensivo gerou grande expectativa nos adeptos e a verdade é que não desapontou, bem longe disso.
Logo na temporada de estreia, Aldo Duscher realizou 29 encontros (27 no Campeonato Nacional e dois na Liga Europa) na turma liderada pelo técnico croata Mirko Jozic, que pediu a sua contratação, confirmando todos os créditos que nele eram depositados no seu país natal e também na América do Sul.
A estreia a marcar de Aldo Duscher pelo Sporting aconteceu a 13 de dezembro de 1998, na receção ao Braga, em jogo válido para a 15.ª jornada do Campeonato Nacional. Com os leões em desvantagem, o médio apontou o golo do empate, aos 41 minutos, e mais tarde, aos 56’, completou a reviravolta. Nessa temporada, o argentino ainda fez mais um golo, diante do Leiria.
No ano seguinte, que haveria de ser de muita felicidade para o Sporting, Aldo Duscher deu continuidade aos bons desempenhos com a Listada verde e branca. Assumindo-se como peça fundamental na equipa liderada, inicialmente, por Giuseppe Materazzi e, depois, por Augusto Inácio, o argentino fez 33 partidas, marcou três golos e fez uma assistência.
No jogo que fechou as contas do título que terminou com um jejum de 18 anos, diante do Salgueiros, na 34.ª jornada do Campeonato Nacional, Aldo Duscher fez o terceiro golo da goleada leonina, aos 75 minutos, juntando o seu nome no marcador aos dos colegas André Cruz (47’ e 88’) e Kwame Ayew (51’).
Após duas temporadas de alto nível com a camisola do Sporting, Aldo Duscher foi vendido ao Deportivo da Corunha, num negócio que rendeu 13 milhões de euros aos cofres leoninos. No histórico emblema espanhol, o argentino enfrentou algumas dificuldades iniciais, jogando só sete partidas na época de estreia. Todavia, nos anos seguintes, o médio afirmou-se, chegando mesmo a ser internacional pelo seu país em três ocasiões.
Para lá de Newell’s Old Boys (Argentina), Sporting e Deportivo da Corunha (212 partidas), Aldo Duscher representou ainda ao longo da sua carreira o Racing Santander (40 jogos, seis golos), Sevilha (54 jogos, um golo), Barcelona do Equador (sete jogos) e ENP do Chipre (oito jogos).
Ao todo, com a Listada verde e branca, Aldo Duscher realizou 62 partidas, marcou seis golos (Braga, por duas vezes; Leiria; Vitória de Guimarães; Marítimo e Salgueiros). No que a títulos diz respeitos, o antigo internacional argentino conquistou um Campeonato Nacional (1999/00).
Numa entrevista recente, Aldo Duscher confessou a ligação muito especial com o Sporting: “Aquele que mais me tocou o coração, porque era um jovem e conseguimos algo importante, porque as pessoas esperavam há muito por isso, foi o Sporting. Lutavam a cada ano e não conseguiam o título. Quando o ganhámos sentei-me no banco e senti a tranquilidade e a paz por essas pessoas que tanto sofreram”.