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Disputava-se o dérbi eterno no antigo Estádio da Luz, na 29.ª jornada do Campeonato Nacional, no dia 21 de maio de 1972. Mesmo com o golo de Yazalde - histórico matador dos leões - o Sporting não conquistou os três pontos e acabou mesmo por perder o jogo com o Benfica por 2-1, depois de sofrer um bis de Eusébio, que estava muito inspirado.
O Sporting, treinado por Mário Lino, alinhou em campo com Vítor Damas, Laranjeira, Hilário, Caló, Manaca, Fernando Peres, Fernando Tomé, Nélson Fernandes, Chico Faria, Héctor Yazalde, Nando e as posteriores entradas de Dinis e Lourenço aos 78’ da partida. Jimmy Hagan, treinador inglês das águias, encarou a partida com José Henrique, Adolfo Calisto, Zeca, Artur Correia, Messias, Vítor Martins, Toni, Jaime Graça, Nené, Eusébio e Rui Jordão.
Maximio Afonso, árbitro lisboeta, apitou para o início da partida e o primeiro golo da equipa da casa surgiu logo no primeiro minuto de jogo depois das falhas da defensiva leonina. Eusébio pressionou forte e conseguiu ganhar a bola na área contrária, tendo apenas de empurrá-la para o fundo das redes.
Neste lance, Vítor Damas ficou no chão, mas ao que parece, o árbitro da partida não considerou qualquer falta sobre o guarda redes dos leões. Ainda na primeira parte, Eusébio voltaria a aparecer no marcador depois de conseguir ‘chapelar’ o guardião dos verde e brancos, aos 29’.
O resultado não estava favorável para os leões, que na segunda parte mudaram de comportamento e entraram a matar. Aos 56’ surge o golo do avançado argentino Yazalde, que só teve de encostar depois de uma belíssima combinação da equipa Sportinguista, já dentro da grande área adversária.
Mesmo com a atitude mudada, o jogo acabou 2-1 para a equipa da casa, que contou com o histórico português Eusébio bastante inspirado. Os leões viram a época 1971/1972 piorar depois de voltarem a perder um título para o rival, mas desta vez, na final da Taça de Portugal.
O Sporting acabou a temporada em terceiro lugar e sem qualquer título, numa época que contava com a presença de grandes lendas no Clube verde e branco, como Vítor Damas e Héctor Yazalde, que acabaram por fazer história mais tarde.
Leões aplicaram um triunfo que serviu, entre outras coisas, como desforra do que havia acontecido meses antes em terras espanholas
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A 2 de junho de 1918, o Sporting aproveitou da melhor forma uma oportunidade de redenção. Nesse domingo primaveril, os leões receberam e venceram o Sevilha (2-0), em Lisboa, no Campo Grande, com o orgulho em jogo e um ajuste de contas pendente desde março daquele mesmo ano. Os golos foram apontados por Francisco Stromp, fundador e o pirmeiro grande símbolo do Clube.
Três meses antes, a equipa lisboeta atravessara a fronteira rumo a terras andaluzas, para disputar dois desafios frente aos espanhóis. O primeiro encontro trouxe alegria, com uma vitória por 3-1. Contudo, o segundo embate foi um verdadeiro pesadelo. Os Sportinguistas saíram de Sevilha goleados por 5-0, um revés que teve grande impacto e que, nas palavras da época, "não se quis mais recordar".
Mas, a verdade, é que os leões não se esqueceram do que aconteceu e a ocasião para a desforra surgiu depressa. A comitiva espanhola aceitou o convite para um novo duelo em Lisboa e o ambiente que antecedeu o reencontro foi marcado por entusiasmo e grande curiosidade, reunindo público e imprensa em torno de um jogo carregado de simbolismo.
Um episódio peculiar marcou a preparação da equipa visitante. O Sevilha solicitou, de forma extraordinária, a inclusão de um reforço improvável: o avançado-centro Conde de Gomar, atleta do Atlético de Madrid. Estando em Lisboa por outras razões, dado que participava no Concurso Internacional de Ténis promovido pelo Club Internacional de Foot-ball (CIF). Conde acabara de conquistar o torneio, batendo na final ninguém menos do que D. João de Vila Franca, figura carismática do ténis nacional e autor do primeiro golo da história do Sporting.
O torneio em causa serviu para aumentar, ainda mais, o prestígio do Sporting. A imprensa elogiou o Clube pela organização de um torneio de pares masculinos nos seus próprios courts, realizado a 11 e 12 de maio, com o nobre objetivo de “concorrer para a preparação dos nossos homens”, uma alusão ao esforço de formação física dos portugueses num contexto ainda marcado pelos ecos da Primeira Guerra Mundial.
Voltando ao futebol: a tão aguardada partida decorreu com grande intensidade e o Sporting, como prometido, respondeu com qualidade. O herói da tarde foi Francisco Stromp, capitão leonino e alma da equipa. Logo na primeira parte, o craque marcou os dois golos da vitória, um deles descrito como “de levantar o estádio” pela imprensa da época.
Do lado andaluz, ninguém conseguiu brilhar. O Conde de Gomar revelou bons toques de bola, mas a evidente falta de entrosamento com os colegas acabou por limitar o seu contributo. A arbitragem, entregue ao rigoroso senhor Koolberg, foi alvo de críticas: assinalou várias irregularidades sem justificação clara, travando jogadas promissoras e prejudicando o ritmo do encontro.
Apesar do conjunto verde e branco ter saído com a derrota frente à equipa portista num jogo da prova rainha, a equipa ainda pode recuperar da desvantagem
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O Sporting saiu derrotado do clássico com o Porto na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, no dia 1 de junho de 1952. Este confronto acabou com a vitória por 2-0 para os dragões nas Antas. A verdade é que os leões, ainda assim, chegaram à final depois de empatarem o agregado na segunda mão (4-4) e de terem vencido o terceiro jogo, por 5-2.
Randolph Galloway, treinador britânico do Sporting, alinhou com Carlos Gomes, Amaro Silva, Joaquim Pacheco - antigo craque da formação dos leões -, Manuel Passos, Manuel Vasques, Veríssimo Alves, Juca, Albano, José Travassos, Rola e João Martins. Luís Pasarín, técnico espanhol do Porto, avançou com Barrigana, Virgílio, Ângelo Carvalho, Bibelino, Correia, Monteiro da Costa, Pinto Vieira, Diamantino, José Maria, Vieira e Hernâni.
O encontro foi apitado por Fausto Santos e o primeiro golo foi festejado pelos adeptos portistas logo na primeira parte. O responsável pelo momento de festa foi Diamantino, que aos 32 minutos da partida empurrou a bola para o fundo das redes de Carlos Gomes, o guardião dos leões.
Na segunda metade, a história não foi diferente e os leões voltaram a sofrer um golo do craque que vestia azul e branco. Diamantino chegou ao bis e fechou o resultado com o seu último remate certeiro nesta 1.ª mão, aos 73 minutos desta partida: 2-0 para o Porto no marcador.
Na 2.ª mão, o Sporting esmerou-se em casa e conseguiu empatar o agregado. O confronto acabou 4-2 para os leões, com o golo de José Travassos (1’), o bis de Albano (71’ e 90’) e o autogolo de Bibelino (23’). Os golos dos dragões vieram logo no início da partida, por intermédio de Diamantino aos 2’ e de Vieira aos 4’.
O terceiro jogo resolveu as contas com uma autêntica goleada para os Sporting, que conseguiu chegar ao 5-2 no marcador. Pacheco Nobre (38’), Rola (65’ e 81’), Amaro (70’) e João Martins (85’) foram os goleadores para os verde e brancos. Já no lado portista, Diamantino (12’) e Vital (15’) marcaram, mas não conseguiram fazer melhor para evitar a eliminação.
A final da prova rainha aconteceu no Estádio Nacional do Jamor e foi protagonizada pelo dérbi eterno. O Benfica acabou por levar a melhor, vencendo a partida por 5-4. Apesar do Sporting ter deixado escapar o troféu da Taça de Portugal, o Clube verde e branco já tinha conquistado o título de campeão nacional, com um ponto de vantagem sobre o conjunto da Luz.
Equipa verde e branca obteve um péssimo resultado em casa dos azuis e brancos e já pensa em como dar a volta na próxima temporada
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No encerramento da temporada 2002/03 do Campeonato Nacional, o Porto bateu o Sporting por 2-0, no Estádio das Antas, a 1 de junho de 2003, na 34.ª e última jornada. Os dragões, já campeões nacionais, encerraram a prova com 86 pontos, enquanto os leões terminaram no terceiro posto, com 59.
Para este encontro, Laszlo Boloni, treinador do Sporting que ficou conhecido por lançar uma das maiores estrelas do Clube, alinhou de início com Nélson, Pablo Contreras, Beto, João Paulo, Facundo Quiroga, Hugo, Rodrigo Tello, Paulo Bento, Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma e João Vieira Pinto. Já José Mourinho, técnico dos dragões, escolheu Vítor Baía, Paulo Ferreira, Pedro Emanuel, Ricardo Carvalho, Ricardo Costa, Deco, Dmitri Alenichev, Maniche, Capucho, Derlei e Hélder Postiga.
Os primeiros 30 minutos revelaram-se pouco entusiasmantes, com ambas as equipas a testarem-se mutuamente sem criarem grandes oportunidades de golo. Tentativas tímidas de Quaresma, Deco e Maniche animaram o encontro, mas sem causar verdadeiro perigo.
A primeira grande ocasião surgiu aos 28 minutos, quando Derlei rematou com força à entrada da área, levando os adeptos nas bancadas a aplaudir pela primeira vez com entusiasmo. O primeiro golo do Porto, no entanto, só nasceu aos 36 minutos
Após insistência da equipa da casa, Hélder Postiga (em grande forma e a marcar pelo terceiro jogo consecutivo) finalizou com um remate certeiro de pé direito, colocando os azuis e brancos na frente e aumentado o som produzido pelos apoiantes da casa.
A etapa complementar trouxe um jogo mais dinâmico. Logo aos 53 minutos, Deco obrigou Nélson a uma excelente defesa, após um remate fortíssimo que o guarda-redes desviou para canto, sendo este um aviso claro de que o Porto queria fechar a época com qualidade.
Na tentativa de inverter o rumo dos acontecimentos, Laszlo Boloni mexeu no ataque leonino, lançando Kutuzov para o lugar de João Paulo. No entanto, as alterações pouco surtiram efeito, com o Sporting a revelar pouca capacidade para contrariar a organização portista.
O segundo golo surgiu aos 77 minutos, numa jogada rápida protagonizada por Maniche. O médio surgiu bem desmarcado e rematou para a baliza, mas foi Pablo Contreras, numa tentativa desesperada de corte, quem acabou por introduzir a bola na própria baliza, fixando o resultado final em 2-0.
Com esta vitória, o Porto selou uma época de grande sucesso a nível interno, que incluiu não só o título nacional, como também a conquista da Taça de Portugal e da Taça UEFA, naquela que foi uma das temporadas mais memoráveis da história do clube.
O Sporting, por sua vez, encerrou a época de forma algo discreta, tendo garantido o terceiro lugar, mas sem títulos, numa época marcada por alguma irregularidade e que estava longe da qualidade apresentada um ano antes e que culminou com a conquista do campeonato.