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Histórias do Leão
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Há exatamente 88 anos, a 27 de fevereiro de 1937, o Sporting anunciou a contratação de Joseph Szabo, um técnico húngaro que estava a um passo de regressar ao Porto, clube onde tinha vencido oito campeonato regionais e o primeiro campeonato da Primeira Liga, e onde chegou a tornar-se num treinador muito respeitado.
Joaquim Oliveira Duarte, então presidente dos leões, antecipou-se ao rival e garantiu um contrato inovador, que incluía prémios de jogo. O que parecia apenas uma boa jogada de mercado revelou-se uma das decisões mais marcantes da história do clube.
Szabo chegou ao Sporting e rapidamente moldou a equipa ao seu estilo. Com um olhar atento ao talento e uma abordagem tática moderna, revolucionou a forma como os leões jogavam. A sua marca mais visível foi a construção da lendária equipa dos Cinco Violinos, onde destacou nomes como Jesus Correia, Vasques, Travassos, Albano e, sobretudo, Peyroteo. Este último tornou-se o avançado mais letal do futebol português, com uma média impressionante de 1,76 golos por jogo.
Sob o comando do treinador húngaro, o Sporting assumiu um domínio avassalador no futebol nacional. Até então, o clube já tinha títulos, mas foi com Szabo que se tornou a maior força da época. A sua metodologia, que privilegiava o futebol ofensivo e uma preparação física superior, colocou os leões num patamar nunca antes visto. A supremacia verde e branca manteve-se até meados dos anos 50, quando o Benfica começou a afirmar-se com maior regularidade.
Szabo não era apenas treinador. Era também fisioterapeuta e massagista, acompanhando os jogadores em todas as vertentes. Além disso, dedicava-se à formação, trabalhando com jovens talentos e refinando os detalhes dos seus craques até fora de horas.
Em 1945, Szabo deixou o Sporting após terminar o campeonato em segundo lugar, atrás do Benfica. Voltou para o Porto, clube que tentou impedir a vinda do técnico ao leões. No Norte, permaneceu durante duas épocas, de 1944 a 1946, onde chegou a sagrar-se campeão regional por duas vezes. No entanto, apesar de ter saído do clube verde e branco e ter ido para o rival, a sua ligação ao Sporting não terminou aí. Em 1953, regressou a Alvalade, mas a sua estadia foi breve, sendo suspenso no ano seguinte devido a uma entrevista polémica.