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3 penáltis por marcar! Sporting perde dérbi contra o Benfica em jogo manchado pela arbitragem
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No dia 23 de março de 1941, o Sporting deslocou-se ao reduto do Benfica e somou um importante triunfo, por 4-2, na luta pelo título. Em jogo a contar para a jornada 11 do Campeonato Nacional, os golos dos leões foram apontados pelo herói improvável Adolfo Mourão (20’ e 55’) e Fernando Peyroteo (88’), ao que se juntou um auto-golo de António Martins. Francisco Ferreira e um auto-golo de Rui Araújo marcaram para as águias.
Joseph Szabo – mítico técnico da história do Sporting – fez alinhar para o dérbi eterno a seguinte equipa: Azevedo (GR), Álvaro Cardoso, Manecas, Rui Araújo, Aníbal Paciência, Gregório dos Santos, Armando Ferreira, João Cruz, Adolfo Mourão, Fernando Peyroteo e Manuel Soeiro.
Já János Biri, técnico do Benfica, escolheu o seguinte 11 inicial para o embate diante do Sporting: António Martins (GR), Gaspar Pinto, Francisco Elói, Francisco Ferreira, Joaquim Alcobia, Francisco Albino, Joaquim Teixeira, Alfredo Valadas, Francisco Pires, Miguel Lourenço e Francisco Rodrigues.
A partida até começou melhor para o Benfica. Aos 12 minutos, na cobrança de um castigo máximo, Francisco Ferreira inaugurou o marcador. A resposta do Sporting deu-se pelos pés de Adolfo Mourão, que, aos 20 minutos, reestabeleceu a igualdade no dérbi eterno, fazendo o resultado com que as equipas haveriam de recolher aos balneários.
Nos segundos 45 minutos, um festival de golos. Aos 55’, Adolfo Mourão, novamente, fez o 2-1 para o Sporting e um auto-golo de António Martins, 10 minutos depois, aos 65’, ampliaria a vantagem dos comandados de Joseph Szabo (3-1). Contudo, as coisas não ficariam por aqui e os encarnados responderam.
Aos 75 minutos, Rui Araújo fez um auto-golo e recolou o Benfica no encontro (3-2). Para fim de fecha, pois claro, Fernando Peyroteo, lenda dos leões, deu um ar da sua graça para selar a vitória do Sporting. Aos 88 minutos, o maior pesadelo dos encarnados fez o gosto ao pé, fazendo o 4-2 final.
Após o triunfo diante do Benfica no dérbi eterno, e que se veio a revelar decisivo para as contas finais do título, e com apenas três jornadas por disputar na prova, o Sporting seguia na liderança do Campeonato Nacional, com 19 pontos, mais quatro do que o Porto e cinco do que o Benfica.
No final da competição, os leões haveriam mesmo de triunfar, conquistando a primeira edição deste novo formato. O Sporting somou 23 pontos em 14 encontros (11 vitórias, um empate e dois desaires), enquanto o Porto foi segundo (20 pontos), o Belenenses terceiro (19) e o Benfica quarto (18).
No capítulo individual, nota para o inevitável Fernando Peyroteo. Com 29 finalizações certeiras, o eterno avançado do Sporting foi o melhor marcador do Campeonato Nacional, somando mais do dobro do que o segundo e terceiro classificados, Rafael Correia (Belenenses) e Slavko Kodrnja (Porto), com 13 golos cada um.
Equipa verde e branca recebeu os rivais do Norte em Alvalade, com o único golo do encontro a surgir ainda na primeira parte
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Na primavera de 1956, o Sporting atravessava um momento de transição. Após o adeus de Alejandro Scopelli do comando técnico, consumado após um empate a uma bola frente à Académica em Coimbra, os leões viam-se temporariamente entregues a Anselmo Pisa, treinador dos juniores, enquanto aguardavam a chegada de Abel Picabêa para assumir o leme da equipa principal.
A receção ao Porto, em Alvalade, era mais do que um jogo: era uma afirmação de orgulho. O Sporting já não lutava pelo título, mas o encontro tinha um peso simbólico, pela honra de vencer um rival histórico. Para os portistas, pelo contrário, cada ponto era vital. Disputavam taco a taco com o Benfica a liderança do campeonato e vinham galvanizados para Lisboa, viajando de comboio e até de avião, num entusiasmo incomum para a época.
Do lado nortenho, a preparação para o jogo foi marcada pelo silêncio imposto por Yustrich, o polémico treinador brasileiro dos dragões, que vetou os seus jogadores de falarem à imprensa, uma decisão que já mostrava a tensão e o foco da comitiva azul e branca.
A equipa leonina alinhou com Carlos Gomes, Caldeira, Passos, Joaquim Pacheco, Walter, Juca, Rocha, Vasques, Miltinho, Travassos e Martins. Já os dragões, jogaram de início com Pinho, Virgílio, Osvaldo Cambalacho, Miguel Arcanjo, Pedroto, Monteiro da Costa, Gastão, Perdigão, Teixeira, Hernâni e Jaburú.
O Sporting entrou com garra e logo aos cinco minutos quase abriu o marcador. Martins escapou pela esquerda e cruzou para Vasques, que rematou ao ferro, sem preparação. O golo acabaria por surgir aos 15 minutos. José Travassos bateu o canto e Walter elevou-se entre os defesas portistas para cabecear com precisão e potência para o fundo das redes. Estava feito o 1-0.
A meia hora trouxe o que muitos consideraram a melhor jogada do encontro: Rocha arrancou pela direita, centrou para Martins que, após receção primorosa, disparou com selo de golo. Mais uma vez, o poste negava a festa aos Sportinguistas, que estavam cada vez mais confiantes na vitória.
O segundo tempo trouxe maior equilíbrio. O Porto ensaiou finalmente a sua primeira jogada de perigo e, numa confusão na área, a bola bateu na mão de Walter, que garantiria, mais tarde, ter sido totalmente involuntário. Logo depois, uma jogada de génio de Miltinho: após passe de Martins, o brasileiro fintou Pinto e, quase sem ângulo, rematou de calcanhar para golo. No entanto, o árbitro anulou o lance por fora-de-jogo, decisão muito contestada pelos leões e pelo público.
Aos 80 minutos, Gastão teve nos pés o empate, com Carlos Gomes fora da baliza. Mas Walter, numa recuperação fantástica, salvou sobre a linha aquele que parecia ser o golo inevitável dos portistas. Ainda nos instantes finais, Gastão voltaria a introduzir a bola nas redes, mas o lance foi corretamente invalidado por nova posição irregular.
O jogo terminou com um justo 1-0 a favor do Sporting. Travassos, figura incontornável, espalhou classe pelo relvado, sendo o melhor em campo, e Anselmo Pisa, visivelmente emocionado no final, comentou: “Foi um jogo bem disputado no qual o Sporting atuou bem e mereceu inteiramente a vitória". Os azuis e brancos, no fim da época, festejaram o campeonato, com 43 pontos, enquanto que os leões se ficaram pelo quarto posto, com 36.
Turma leonina entrou na partida de “faca nos dentes”, mas deixou-se empatar num jogo pautado pelo equilíbrio entre os dois rivais
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No dia 22 de abril de 2017, o Sporting enfrentou o seu eterno rival, Benfica, no Estádio de Alvalade, em jogo para a 30.ª jornada da Liga NOS 2016/17. A partida terminou com uma igualdade a uma bola, com os golos a serem faturados por Adrien Silva (5’) e Victor Lindelof (66’).
Nessa noite, Jorge Jesus apostou em Rui Patrício, Ezequiel Schelotto, Sebastián Coates, Paulo Oliveira, Jefferson, William Carvalho, Gelson Martins, Adrien Silva, Bruno César, Bas Dost e Alan Ruiz. Já do lado do Benfica, Rui Vitória lançou Ederson Moraes, Nélson Semedo, Luisão, Victor Lindelof, Álex Grimaldo, Ljubomir Fejsa, Toto Salvio, Franco Cervi, Pizzi, Kostas Mitroglou e Rafa Silva.
Com apenas cinco minutos no relógio, Ederson errou ao tentar dominar um passe de Luisão, que deu oportunidade de Bas Dost galgar metros e tentar recuperar a bola. Ao tentar corrigir o seu erro, o guarda-redes brasileiro comete falta sobre o avançado dos leões e foi assinalada grande penalidade para o Sporting. Para bater foi chamado o especialista, Adrien Silva, que converteu com sucesso e fez assim o 1-0 para a equipa da casa.
O Benfica pareceu acusar o golo madrugador e o Sporting tentou aproveitar para aumentar a vantagem, mas não conseguiu, visto que os verdes e brancos mostraram ser algo displicentes no último terço do terreno. A derradeira oportunidade da primeira parte acabou por ser dos encarnados, quando um remate de Pizzi obrigou Rui Patrício a uma defesa apertada e marcou aquela que seria, a toada do segundo tempo.
O segundo tempo até se iniciou com duas oportunidades flagrantes, desperdiçadas pelo goleador máximo dos leões, Bas Dost, e mal sabia o Sporting da importância de concretizar apenas uma dessas chances. O jogo alterou-se e o domínio passou a ser da formação encarnada, que se viu forçada a correr atrás do prejuízo.
Aos 66 minutos de jogo, após falta cometida pela formação do Sporting, o Benfica beneficiou de um livre direto, ainda a uma distância considerável da área verde e branca. Ninguém faria prever que o central das águias Lindelof disparasse um autêntico míssil à baliza de Rui Patrício, que o deixou sem reação. O momento de inspiração do sueco valeu o empate na partida (1-1) e o jogo terminou mesmo com a divisão de pontos para ambas as partes.
Com o empate no Dérbi, nada se alterou na conjuntura do campeonato. A equipa do Benfica entrou e saiu da partida na primeira posição, onde se manteve até às quatro jornadas finais da competição, sangrando-se assim o campeão da Liga NOS 2016/2017. Já o Sporting, com o ponto feito naquela jornada, manteve-se no último lugar do pódio até ao final da prova, terminando com 70 pontos, menos seis que o segundo classificado, o Porto.
Em deslocação ao Norte do país, a formação de Alvalade vence a dos dragões e elimina um dos principais candidatos ao título
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No dia 22 de abril de 1945, o Sporting deslocou-se à “Cidade Invicta”, para derrotar a equipa do Porto, por 4-1, numa partida que contou para os oitavos-de-final da edição 1944/45 da Taça de Portugal. Os golos da turma de Alvalade foram marcados por Fernando Peyroteo e Albano.
No Estádio do Lima, o técnico do Sporting, Joaquim Ferreira, lançou de início João Azevedo, Octávio Barrosa, Álvaro Cardoso, Manuel Marques, Veríssimo Alves, António Lourenço, Albano, João Cruz, António Marques, Fernando Peyroteo e Jesus Correia. Já os azuis e brancos, entraram com Barrigana, Vítor Guilhar, Romão, Maiato, Camilo, Catolino, Gomes da Costa, Pinga, Octaviano Oliveira, José Lourenço e António Araújo.
Na edição 1944/45 da Taça de Portugal, os oitavos-de-final eram a fase da competição em que os denominados 'grandes' do futebol português iniciavam o trajeto da prova e, num universo de outros 15 clubes possíveis, o sorteio ditou que dois dos maiores candidatos à conquista do troféu se enfrentassem logo na primeira eliminatória: Sporting e Porto.
A primeira mão desta eliminatória, foi jogada em Lisboa, no Estádio José Alvalade. Foi um jogo de grande expectativa, mas não passou disso: o primeiro de uma série de dois jogos terminou num teimoso empate a 0, em que, apesar das tentativas, nenhum dos clubes conseguiu abrir o marcador.
Pareceu que a primeira mão serviu apenas para as equipas se estudarem uma à outra, visto que aos seis minutos de jogo deu-se o primeiro golo da eliminatória. Fernando Peyroteo, “o Violino Goleador” abriu a contagem para o Sporting, com 6 minutos decorridos na partida, 1-0 no marcador. Mas o Porto acabou por responder ainda antes do final da segunda parte, quando Gomes da Costa repôs a igualdade a um (31’), resultado que se manteve até ao intervalo.
Quando as equipas regressaram ao relvado, o jogo retomou da mesma forma que iniciou, quando aos 55 minutos, Albano fez o segundo golo dos leões deu nova vantagem para os forasteiros, (2-1) e não ficou por aqui: o “Violino do Seixal” bisou aos 68 minutos, fazendo o terceiro dos leões e o segundo da sua conta pessoal.
Mesmo em vantagem no jogo, o Sporting não tirou o pé do acelerador e procurou um golo que matasse a eliminatória, tento que chegou pelo inevitável Peyroteo, que também marcou o seu segundo do jogo e estabeleceu o resultado final: 4-1 no marcador e o Clube de Alvalade avançou assim para os quartos-de-final.
Com a vitória frente ao Porto, o Sporting avançou na Taça, onde bateu a equipa da Oliveirense por um impressionante 12-2 em agregado e as 'meias' ditaram uma final antecipada: um confronto entre Sporting e Benfica, onde a turma leonina deu a reviravolta na eliminatória: Após perder a primeira-mão em casa por 2-1, o venceram no Estádio da Luz por 3-2, o que fez necessária a realização de um “play-off”, levando de vencido pelos verdes e brancos.
No Estádio Nacional do Jamor, o Sporting venceu a modesta formação do Olhanense, por 1-0, com o único golo da partida a ser faturado por Jesus Correia, que levou à loucura os Sportinguistas e tornou assim, o Clube de Alvalade como o grande vencedor da Taça de Portugal da época 1944/45, a segunda do seu palmarés.