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Jogadores
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Correia César foi uma das figuras mais polivalentes e influentes do ecletismo leonino durante as décadas de 1930 a 1950, destacando-se não apenas como atleta, mas também como treinador e dirigente. Iniciou a sua ligação ao Sporting em 1932, no Andebol de 11, modalidade na qual viria a construir um percurso notável.
Enquanto jogador, representou sempre o emblema de Alvalade, com o qual conquistou sete títulos regionais na 1.ª categoria e foi convocado para as seleções de Lisboa e de Portugal, confirmando o seu estatuto de referência nacional. Médio-esquerdo de origem, Correia César era um jogador versátil e extremamente eficaz no ataque. O seu potente remate, aliado a uma técnica de drible refinada, tornava-o temível para qualquer defesa adversária.
A facilidade com que se adaptava a outras posições, especialmente na linha ofensiva, tornou-o num dos melhores jogadores portugueses de Andebol de 11 da sua geração. Já como treinador, liderou a equipa de Andebol de 7 do Sporting à conquista do Campeonato de Lisboa na época 1952/53, dando continuidade à sua ligação vitoriosa à modalidade.
Para além do andebol, Correia César dividiu o seu talento com outras modalidades. No basquetebol, vestiu também a camisola verde e branca com distinção, sagrando-se campeão de Lisboa de reservas em 1934/35 e 1936/37, e participando regularmente pela equipa principal a partir dessa altura. Esteve presente na primeira final nacional da modalidade disputada pelo Sporting, em 1936/37, e representou a Seleção Regional num encontro frente a Leiria.
No atletismo, destacou-se em provas de velocidade e nos lançamentos, alcançando o título de campeão nacional de juniores no lançamento do dardo em 1932. No mesmo ano, venceu o Campeonato de Lisboa nos 83 metros barreiras.
A sua dedicação e entrega ao Clube prolongaram-se fora das quatro linhas, com uma extensa e relevante participação como dirigente. Foi vogal em várias direções, incluindo as de Amado de Aguilar (1942–1943) e Ribeiro Ferreira (1946–1952), e ocupou o cargo de Diretor das Atividades Desportivas entre 1954 e 1958.
A sua paixão pelo andebol - desporto que continua a dar tantas alegrias aos adeptos do Sporting - levou-o a chefiar a respetiva secção, onde promoveu a criação da Taça César Vitorino, em homenagem a um dos seus antigos companheiros e outro nome maior da modalidade. Numa sentida demonstração de memória e gratidão, Correia César chegou a nomear aquela que considerava ser a melhor equipa de sempre do Sporting no Andebol de 11, incluindo-se entre os eleitos.
Em 1965, voltou a assumir responsabilidades estratégicas, integrando a Comissão de Técnica e Política Desportiva. Pelo seu percurso exemplar e dedicação inabalável ao Sporting, foi distinguido como sócio benemérito do Clube, um reconhecimento merecido para quem tanto deu à história do emblema de Alvalade.
Pivô brasileiro vestiu a Listada verde e branca durante três temporadas, tempo que foi suficiente para entrar nos livros da história do Clube de Alvalade
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Diego Henrique de Abreu Assis, mais conhecido como ‘Dieguinho’ no mundo do futsal, nasceu no dia 22 de junho de 1989, em Belo Horizonte, no Brasil. Ao serviço do Sporting, o ' Muleque da Vila' conquistou uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Taça da Liga.
Dieguinho deu os primeiros passos no futsal no Colégio Magnum, tendo sido transferido, ainda nos escalões jovens, para o Minas Ténis Clube, clube onde permaneceu até 2012. Na temporada 2012/13, o pivô brasileiro teve a oportunidade de mostrar serviço na Europa, pelo Dínamo de Moscovo.
Contudo, Dieguinho haveria de regressar ao Brasil em 2014 para jogar no ADC Intelli de Orlândia, onde se destacou durante três temporadas e conseguiu a transferência de sonho para um dos melhores clubes do mundo, o Sporting. O craque foi apresentado como reforço dos leões a 2 de julho de 2016.
O brasileiro chegava ao Sporting com um grande currículo: quatro títulos de Campeão Mineiro (2008 a 2011), dois troféus de Campeão da Liga Sudeste (2009 e 2010), um Campeonato Metropolitano Brasileiro (2011), uma Taça Brasil (2012), um Campeonato da Superliga Russa (2013), uma Taça da Rússia (2013), um Campeonato Mundial de Clubes (2013), uma Taça Libertadores da América (2013/14), um Campeonato da Superliga Brasileira (2015) e uma Taça Paulista (2015).
Além disso, pela seleção canarinha, Dieguinho conquistou uma Taça Intercontinental (2013) e um Campeonato Sul-Americano (2016). O currículo do craque já era enorme, e no Sporting só tinha tendência para aumentar. De leão ao peito, o internacional brasileiro reforçou o seu estatuto de um dos melhores jogadores do Mundo.
Dieguinho envergou a Listada verde e branca por três temporadas, nas quais fez história ao conquistar uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal, duas Supertaças, uma Taça da Liga e uma Taça de Honra da AFL. Pelo Sporting, o craque marcou 78 golos em 111 partidas.
Em 2020, Dieguinho deu uma entrevista exclusiva ao Leonino em 2020, na qual relembrou os momentos mais marcantes de leão ao peito: “Os golos da final da Champions foram muito importantes, mas os que me deixavam mesmo feliz eram os que marcava contra o Benfica. Quando marcava e quando vencíamos, ia para casa numa felicidade que não tinha tamanho”.
Dieguinho teve de voltar ao Brasil em 2019 por motivos pessoais, depois de três grandes épocas pelos leões. O craque brasileiro assinou pelo Joinville, clube que ainda representa em 2025. Apesar dos 36 anos, o pivô, que deixou saudades em Alvalade, continua a espalhar toda a sua magia nas quadras.
Médio fez história pelo conjunto verde e branco, onde esteve durante nove épocas na equipa principal, mas com funções muito diferentes
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Paulo Bento deu os primeiros passos nas camadas jovens do Palmelense, mas começou a dar nas vistas pelo Futebol Benfica, um pequeno clube de Lisboa, no qual conseguiu chegar ao Estrela da Amadora, em 1989. Na Reboleira esteve duas temporadas e ganhou uma Taça de Portugal. Em 1991, foi contratado pelo Vitória de Guimarães, onde jogou mais três épocas.
As suas excelentes prestações no Vitória de Guimarães levaram o Benfica a comprar o seu passe em 1994, tendo então conquistado mais uma Taça de Portugal, na trágica final do "very-light". Antes de chegar ao clube da Luz, Paulo Bento já representava a seleção das quinas. Depois de duas épocas em Lisboa, foi vendido ao Oviedo de Espanha, onde se afirmou como titular indiscutível durante quatro temporadas a jogar na liga espanhola.
Nesta altura, Paulo Bento garantiu lugar na seleção onde esteve 35 vezes, tendo estado presente nas fases finais do Europeu de 2000 e do Mundial de 2002. Depois do torneio continental, foi contratado pelo Sporting onde terminou a sua carreira. Nos leões, o médio finalmente sagrou-se Campeão Nacional, conquistando ainda a sua terceira Taça de Portugal e duas Supertaças.
No fim da temporada 2003/04, quando já tinha perdido o lugar, terminou a carreira e passou a treinar os juniores do Sporting, onde foi Campeão Nacional no primeiro ano. A 21 de outubro de 2005, Paulo Bento foi promovido a treinador da equipa principal, substituindo José Peseiro. Pelos leões, ergueu duas Supertaças, duas Taças de Portugal, e repetiu o 2.º lugar no Campeonato atingido na época anterior
Paulo Bento tornou-se no técnico com mais jogos disputados pelo Clube de Alvalade nas competições europeias e o segundo com mais tempo à frente da equipa principal e com mais partidas realizadas nessa condição, só superado pelo histórico Joseph Szabo, um dos treinadores históricos dos leões. No dia 4 de novembro de 2008, conseguiu mais um feito inédito, quando o Sporting garantiu pela primeira vez na sua história a passagem aos 'oitavos' da Liga dos Campeões.
José Eduardo Bettencourt, durante a campanha para as eleições de 2009, lançou o slogan "Bento forever" e renovou o contrato do técnico com o Sporting por mais duas temporadas. A verdade é que 2009/10 não começou da melhor forma e Paulo Bento acabou por demitir-se logo no início de novembro. O antigo craque esteve dez meses parado e acabou por ser anunciado como técnico da seleção nacional, no dia 21 de setembro de 2010.
No Europeu de 2012, Paulo Bento levou Portugal às meias-finais, mas acabou eliminado pela Espanha. Depois deste torneio foi sempre a descer. O técnico teve algumas umas derrotas desastrosas, tendo rescindido o seu contrato com a FPF a 11 de setembro de 2014. As suas últimas épocas foram ao serviço do Cruzeiro de Belo Horizonte, Olympiacos da Grécia, Chongqing Lifan da China e a seleção da Coreia do Sul. Atualmente está sem clube.
Defesa-esquerdo português fez história pelo conjunto de Alvalade e pelo futebol português, tornando-se num dos melhores jogadores do Clube verde e branco
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Hilário nasceu no dia 19 de junho de 1939 num bairro pobre nos arredores de Lourenço Marques. O craque tornou-se num dos grandes símbolos da história leonina ao passar a carreira praticamente toda ao serviço do Sporting, tornando-se mesmo no jogador com mais partidas oficiais de leão ao peito.
Hilário entrou para a escola com 10 anos e, na altura, só tinha um sonho: arranjar um emprego. A verdade é que o jovem já se mostrava craque nas peladas disputadas na zona onde vivia, destacando-se pela sua velocidade fora do comum e um pontapé muito forte, tudo isto a jogar descalço em condições difíceis.
O Sportinguista criou o FC Arsenal quando tinha apenas 13 anos juntamente com os outros rapazes com quem jogava, depois de se terem reunidos para comprar uma bola a sério. Nesse momento, um olheiro do Atlético de Lourenço Marques reparou em Hilário e levou-o de imediato para a equipa, na qual só pôde jogar mais tarde, porque não tinha chuteiras.
Em 1955, Hilário estreou-se pelo seu novo clube, mas no escalão de seniores, e bastou um ano até conseguir chegar ao Sporting Clube de Lourenço Marques, a troco de um emprego na Companhia das Águas. Rapidamente deu nas vistas e a 3 de agosto de 1958 chegou a Lisboa para integrar o plantel do Sporting.
Nos leões não precisou de muito tempo para ganhar a titularidade na equipa principal como defesa-esquerdo. O craque fez história no Sporting, onde jogou durante 15 temporadas, disputando 471 partidas oficiais, o maior número conseguido por um atleta. O craque, sempre com a número três nas costas, ergueu três Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e a Taça das Taças de 1964, cuja final não pôde jogar por lesão.
A lesão em causa marcou mesmo um momento muito bonito da sua carreira. Da cama do hospital, mandou um telegrama aos colegas de equipa onde dizia: “Lutem até ao fim, tenho-vos no coração”. E assim foi. Mal chegaram ao aeroporto de Lisboa, correram para a casa do Hilário para partilharem a Taça, que o próprio também tinha ajudado a conquistar.
Em 1965, mesmo tendo fraturado a perna, Hilário venceu o Prémio Stromp na categoria de Atleta Profissional. O defesa-esquerdo foi também muito marcante na Seleção Nacional portuguesa, onde se tornou um titular indiscutível. O craque representou 39 vezes a equipa das quinas e conseguiu o estatuto de jogador do Sporting com mais jogos por Portugal, tendo sido superado por Rui Jorge em 2004.
Hilário acabou a carreira com 34 anos, num momento em que já não era titular após 14 épocas seguidas nessa condição. O último jogo do defesa-esquerdo foi no Jamor, no dia 17 de junho de 1973, quando entrou a 10 minutos do fim da final da Taça de Portugal, em que o Sporting derrotou o Vitória de Setúbal por 3-2.
Nessa época, começou a sua carreira de treinador, comandando a equipa de Iniciados do Sporting, na qual ganhou o primeiro campeonato regional desta categoria. Depois de uma passagem pelo Braga e noutros clubes fora de Portugal, Hilário regressou ao Clube do coração. Em 1993, o craque integrou a equipa técnica liderada por Carlos Queirós, trabalhando depois com Octávio Machado e Robert Waseige, entre outras funções.
Confira, abaixo, um vídeo que mostra bons momentos de Hilário no Sporting: